Itaipava também é território indígena
Aldeia Akasha recebe lideranças em evento no dia 24

Cerimônia do povo Yepa Mahsã Tukano convida a escutar o chamado da floresta

Em suas lendas de origem, os Tukano vieram do mundo espiritual navegando na grande cobra-canoa de transformação - a Pãmëri piroYukësë, jibóia cósmica - entoando seus cantos de cerimônia de Caapi (Ayahuasca), até se radicarem no território em que vivem ainda hoje, na região do Alto Rio Negro e Vaupés, na fronteira entre Brasil, Colômbia e Venezuela.
A cerimônia, que acontecerá no dia 24 de fevereiro na Aldeia Akasha em Itaipava, reúne Álvaro Tukano e Daiara Tukano, pai e filha, e integra uma jornada de três encontros - em Alto Paraíso de Goiás, no Rio de Janeiro e em São Paulo - com foco em apoiar a construção da primeira casa Tukano em Brasília, em terra de resistência indígena onde vivem seis etnias.
Os três encontros são parte do projeto “Reflorestar o Humano” que tem como objetivo desenvolver a autonomia econômica dos povos indígenas, a consciência ecológica profunda dos povos da cidade e a interdependência entre ambos, semeando a diversidade e a cultura de paz entre os povos do Brasil.
Álvaro Tukano é Kumu (mestre de reza) e Bayá (mestre de cerimônia). Atua como líder político e espiritual de seu povo, sendo um dos fundadores do movimento indígena no Brasil. É também um dos responsáveis pela escrita dos direitos indígenas na Constituição, pela articulação de denúncias internacionais contra a violação dos direitos humanos dos povos indígenas, e um dos primeiros presidentes da União das Nações Indígenas.
Daiara Tukano nasceu em meio à criação do movimento indígena nacional. É ativista indígena e acompanha os ensinamentos de seu pai. É professora, artista plástica de formação e mestranda em Direitos Humanos na Universidade de Brasília, e pesquisa o direito à memória e à verdade dos povos indígenas. É também coordenadora da Rádio Yandê, primeira rádioweb indígena do Brasil, e consultora da curadoria indígena do Festival ColaborAmerica, sobre novas economias na América Latina.
No retiro, estas importantes lideranças do povo Yepa Mahsã / Tukano e da população indígena brasileira estarão pela primeira vez na Serra Fluminense, conduzindo uma programação que inclui palestras, contação de histórias, cantos e danças, além da cerimônia de Caapi (Ayahuasca). Para participar, é necessário se inscrever com antecedência e passar por uma entrevista com psicólogos da TXAI, Tradições Xamânicas da América Indígena, para anamnese. A proposta é fazer contato com a história indígena contada por seu próprio povo e se aprofundar na espiritualidade amazônica, através da rica cultura Tukano, considerada como um dos berços da Ayahuasca, junto aos troncos Arwak e Pano.
A Aldeia Akasha é um espaço nas montanhas de Itaipava especialmente construído para cerimônias com Kupixawá (Centro Cerimonial), área de camping, cúpula geodésica, redário, banheiros secos e regulares, cachoeira com piscina natural e sauna herbária. A proposta do evento é que os participantes tragam suas próprias barracas e ocupem o camping e o redário, experimentando um espaço comum e intensificando a experiência coletiva. O espaço tem programação regular de cerimônias conduzidas por diferentes povos da floresta.
Serviço:
Informações e inscrição
Contato: ritualtxai@gmail.com
Vanessa: (21) 97131-1022
Matheus: (21) 99361-1718
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